Erros comuns de jornalistas nas redes sociais podem prejudicar sua credibilidade e imagem. Abaixo, listamos os principais equívocos, baseados em dados e pesquisas sobre o comportamento de jornalistas no Brasil no ambiente online.
1. Falta de Verificação de Informações
Um dos erros mais recorrentes é a publicação de informações sem a devida checagem. Um estudo do Digital News Report de 2023 apontou que 35% dos jornalistas brasileiros já admitiram ter divulgado notícias sem a completa verificação devido à pressão por velocidade. Essa prática, amplificada pelas redes sociais, pode gerar desinformação e prejudicar a confiança no jornalismo.
2. Opinião pessoal no lugar de notícia
A confusão entre o que é opinião pessoal e o que é fato é outro problema. Segundo uma pesquisa do Reuters Institute de 2022, 28% dos usuários de redes sociais no Brasil afirmam que percebem dificuldade em diferenciar opinião de notícias em perfis de jornalistas. Esse comportamento pode confundir o público e comprometer a neutralidade do profissional.
Nesse caso é necessário sinalizar para o seu público consumidor de informação o que são conteúdos de gêneros opinativos como, por exemplo, artigos e crônicas, além de separar do que é notícia, reportagem e demais conteúdos informativos de características que exigem imparcialidade.
3. Uso inadequado de fontes
Muitos jornalistas ainda utilizam fontes não confiáveis em suas postagens e, na maioria das vezes, esse uso não é proposital, mas sim pela necessidade de entregar conteúdos cada vez mais rapidamente, acompanhando a velocidade das pessoas que acessam a internet para consumo de informação.
Um levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou que 22% dos erros reportados em correções de matérias online estavam ligados ao uso de fontes inadequadas ou de baixa credibilidade, o que reflete também nas redes.
4. Falta de interação com o público
Jornalistas que não interagem com seus seguidores perdem oportunidades de engajamento. Uma pesquisa do Think with Google mostrou que 41% do público espera uma interação mais ativa de profissionais nas redes sociais, especialmente para esclarecer dúvidas e promover discussões saudáveis. A ausência de diálogo pode ser vista como desinteresse ou falta de compromisso.
5. Exposição exagerada da vida pessoal
A linha tênue entre vida pessoal e profissional é frequentemente ultrapassada nas redes sociais. Um estudo da Comscore sobre comportamentos digitais de 2023 apontou que 33% dos jornalistas entrevistados concordam que já compartilharam informações pessoais que, em retrospecto, poderiam ter prejudicado sua imagem profissional. Expor aspectos pessoais demais pode diluir a autoridade que o jornalista construiu no seu campo de atuação.
6. Descuido com a imagem e o tom
O tom utilizado nas redes deve ser coerente com a postura profissional. Erros de ortografia, uso excessivo de gírias ou um tom inadequado podem ser prejudiciais. Em uma pesquisa realizada pela Edelman Trust Barometer, 57% dos consumidores brasileiros afirmaram que a forma como o conteúdo é comunicado impacta diretamente sua percepção sobre a competência do profissional.
Como evitar esses erros?
Para minimizar esses deslizes, é fundamental que jornalistas adotem boas práticas nas redes sociais. Manter o rigor na checagem de fatos, separar claramente opinião de informação e interagir de maneira transparente com o público são passos essenciais. Além disso, o cuidado com a imagem e a linha entre o pessoal e o profissional deve ser constantemente monitorado para preservar a integridade e a credibilidade. Por meio de um uso consciente e estratégico das redes, os jornalistas podem construir uma presença digital que fortaleça sua imagem e o papel do jornalismo na sociedade.