O jornalismo no Brasil está em constante transformação, impulsionado pela digitalização, mudanças nos hábitos de consumo de informação e o avanço das tecnologias de inteligência artificial. Pesquisas recentes indicam tendências que podem moldar o mercado em 2025, oferecendo oportunidades e desafios para profissionais e veículos de comunicação. E o que esperar do mercado do jornalismo em 2025.
1. Digitalização completa e formatos diversificados
Segundo o Digital News Report 2023, cerca de 76% dos brasileiros consomem notícias online, especialmente via dispositivos móveis. Até 2025, espera-se que esse percentual cresça, reforçando a necessidade de formatos digitais inovadores, como vídeos curtos, newsletters personalizadas e podcasts. Plataformas como TikTok e YouTube devem consolidar-se como canais relevantes para a distribuição de notícias, exigindo maior investimento em narrativas audiovisuais.
Além disso, o uso de tecnologias imersivas, como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), deve ganhar espaço, principalmente em reportagens investigativas e documentários.
2. Jornalismo local em alta
Com a saturação de informações globais, cresce a demanda por notícias locais. De acordo com o estudo Tendências do Jornalismo 2024 da Knight Foundation, o público está mais interessado em conteúdos que impactem diretamente suas comunidades. No Brasil, iniciativas como Agência Mural e Marco Zero já apontam para essa valorização, tendência que deve se intensificar até 2025.
3. Automação e inteligência artificial
A inteligência artificial continuará transformando o mercado jornalístico. Ferramentas como ChatGPT, DALL-E e similares já estão sendo usadas para redigir textos simples, gerar insights e criar conteúdos visuais. Em 2025, a expectativa é que a automação esteja integrada a mais processos, desde apuração até análise de dados.
Contudo, isso não substituirá os jornalistas, mas reforçará a importância de habilidades humanas, como análise crítica, empatia e ética, essenciais para criar reportagens impactantes e confiáveis.
4. Monetização: novos modelos e sustentabilidade
O modelo de negócios será um dos maiores desafios para 2025. Embora o uso de assinaturas digitais esteja em crescimento, como mostram os dados do Reuters Institute, apenas 22% dos consumidores brasileiros estão dispostos a pagar por notícias. Assim, os veículos precisam diversificar suas fontes de receita, explorando:
- Memberships (membros financiadores).
- Parcerias com marcas para conteúdo patrocinado.
- Crowdfunding para reportagens específicas.
Os veículos menores podem se destacar com públicos de nicho, oferecendo conteúdos exclusivos e altamente relevantes.
5. A luta contra a desinformação
A desinformação continuará sendo um problema significativo. Até 2025, espera-se que o jornalismo invista ainda mais em iniciativas de checagem de fatos. Dados da Comprova mostram que o combate às fake news não só fortalece a credibilidade dos veículos como também engaja audiências mais conscientes.
Além disso, plataformas digitais serão pressionadas a aprimorar seus algoritmos para reduzir a disseminação de conteúdos falsos, criando uma relação mais colaborativa entre redes sociais e veículos de imprensa.
6. Diversidade e inclusão no jornalismo
A pluralidade de vozes ganhará ainda mais relevância. Segundo o relatório Jornalistas e Diversidade no Brasil (2022), apenas 23% das redações brasileiras têm mulheres negras, e a inclusão de perspectivas diversas será um diferencial competitivo. Em 2025, empresas que valorizarem a diversidade na contratação e cobertura terão maior conexão com suas audiências.
7. A relevância da ética jornalística
Com o aumento do uso de IA e o crescimento de conteúdos criados por usuários, o público buscará veículos que priorizem a transparência e a responsabilidade ética. Isso exigirá mais atenção às práticas de apuração, edição e publicação.
O mercado do jornalismo em 2025 será marcado por adaptação e inovação. Profissionais e veículos que investirem em tecnologia, conteúdo de qualidade e conexão com o público terão maior chance de se destacar em um cenário competitivo. Embora os desafios sejam significativos, as oportunidades para criar um jornalismo mais inclusivo, dinâmico e relevante são igualmente promissoras.